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Capítulo 43 de 150

1Ao mestre de canto. Hino dos filhos de Coré.*

2Ó Deus, ouvimos com os nossos próprios ouvidos: nossos pais nos contaram a obra que fizestes em seus dias, nos tempos de antanho.

3Para implantá-los, expulsastes com as vossas mãos nações pagãs; para lhes dardes lugar, abatestes povos.*

4Com efeito, não foi com sua espada que conquistaram essa terra, nem foi seu braço que os salvou, mas foi vossa mão, foi vosso braço, foi o resplendor de vossa face, porque os amastes.

5Meu Deus, vós sois o meu rei, vós que destes as vitórias a Jacó.

6Por vossa graça repelimos os nossos inimigos, em vosso nome esmagamos nossos adversários.

7Não foi em meu arco que pus minha confiança, nem foi minha espada que me salvou,

8mas fostes vós que nos livrastes de nossos inimigos e confundistes os que nos odiavam.

9Era em Deus que em todo o tempo nos gloriávamos, e seu nome sempre celebrávamos.

10Agora, porém, nos rejeitais e confundis; e já não ides à frente de nossos exércitos.

11Vós nos fizestes recuar diante do inimigo, e os que nos odiavam pilharam nossos bens.

12Entregastes-nos como ovelhas para o corte, e nos dispersastes entre os pagãos.

13Vendestes vosso povo por um preço vil, e pouco lucrastes com esta venda.

14Fizeste-nos o opróbrio de nossos vizinhos, desprezo e zombaria daqueles que nos cercam.

15Fizestes de nós a sátira das nações pagãs, e os povos nos escarnecem à nossa vista.

16Continuamente estou envergonhado, a confusão cobre-me a face,

17por causa dos insultos e ultrajes de um inimigo cheio de rancor.

18E, apesar de todos esses males que nos sobrevieram, não vos esquecemos, nem traímos a vossa aliança.

19Nosso coração não se desviou de vós, nem nossos passos se apartaram de vossos caminhos,

20para que nos esmagueis no lugar da aflição e nos envolvais de trevas...

21Se houvéramos olvidado o nome de nosso Deus e estendido as mãos a um deus estranho,

22porventura Deus não o teria percebido, ele que conhece os segredos do coração?

23Mas por vossa causa somos entregues à morte todos os dias e tratados como ovelhas de matadouro.*

24Acordai, Senhor! Por que dormis? Despertai! Não nos rejeiteis continuamente!

25Por que ocultais a vossa face e esqueceis nossas misérias e opressões?

26Nossa alma está prostrada até o pó, e colado no solo o nosso corpo.

27Levantai-vos em nosso socorro e livrai-nos, pela vossa misericórdia.