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Capítulo 12 de 14

1Então, Tobit chamou seu filho e disse-lhe: “Que havemos nós de dar a esse santo homem que te acompanhou?”.

2“Meu pai –, respondeu ele – que gratificação lhe havemos de dar? Que presente pode­rá igualar os seus benefícios?

3Ele levou-me e trouxe-me em boa saúde; foi receber o dinheiro de Gabael; fez-me ter uma mulher e afugentou dela o demônio; encheu de alegria os seus pais; livrou-me de ser devorado pelo peixe e fez-te rever a luz do céu; enfim, ele cumulou-nos de toda a sorte de benefícios. Que presente poderia igualar a tudo isso?

4Rogo-te, meu pai, que lhe peças se digne aceitar a metade de tudo o que trouxemos.”

5Chamaram-no, pois, o pai e o filho e, tomando-o à parte, rogaram-lhe que aceitasse a metade de tudo o que tinham trazido.

6Então, ele falou-lhes discretamente: “Bendizei o Deus do céu e dai-lhe glória diante de todo o ser vivente, porque ele usou de misericórdia para convosco.

7Se é bom conservar escondido o segredo do rei, é coisa louvável revelar e publicar as obras de Deus.

8Boa coisa é a oração acompanhada de jejum e a esmola é preferível aos tesouros de ouro escondidos,

9porque a esmola livra da morte: ela apaga os pecados e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna;

10aqueles, porém, que praticam a injustiça e o pecado são os seus próprios inimigos.

11Vou descobrir-vos a verdade, sem nada vos ocultar.

12Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor.

13Mas porque eras agradável ao Senhor, foi preciso que a tentação te provasse.

14Agora o Senhor enviou-me para curar-te e livrar do demônio Sara, mulher de teu filho.

15Eu sou o anjo Rafael, um dos sete que assistimos na presença do Senhor”.

16Ao ouvir essas palavras, eles ficaram fora de si e, tremendo, prostraram-se com o rosto por terra.

17Mas o anjo dis­se-lhes: “A paz seja convosco: não temais.

18Quando eu estava convosco, eu o estava por vontade de Deus: rendei-lhe graças, pois, com cânticos de louvor.

19Parecia-vos que eu comia e bebia convosco, mas o meu alimento é um manjar invisível e minha bebida não pode ser vista pelos homens.

20É chegado o tempo de voltar para aquele que me enviou: vós, porém, bendizei a Deus e publicai todas as suas maravilhas”.

21Acabando de dizer essas palavras, desapareceu diante deles e eles não viram mais nada.

22Durante três horas permaneceram prostrados por terra, bendizendo a Deus. Depois levantaram-se e publicaram todas essas maravilhas.